O VALIOSO BANCO DE MATERIAIS PARA A REABILITAÇÃO URBANA



O Palacete dos Condes de Balsemão, na Praça Carlos Alberto, alberga um valioso tesouro para a reabilitação urbana desde 2010, disponibilizando elementos variados de construção e decorativos oriundos da arquitectura da nossa cidade: Trata-se do Banco de Materiais da Câmara Municipal do Porto.
A existência deste banco visitável, aberto ao público, enquadra-se na nossa expectativa da criação de um banco mais alargado, disposto a recolher muitos mais elementos construtivos originais que actualmente estão degradados ou expostos nas habitações devolutas do Porto, podendo ser recuperados e reutilizados em futuras reabilitações de casas, tornando-as mais sustentáveis de acordo com um plano já concebido pela Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Protecção do Património — o “COLLECTED FROM”, candidato ao Concurso de Ideias de Inovação Social promovido pelo Centro de Inovação Social do Porto.


O Banco de Materiais não é só precioso nesse sentido; reunindo cerca de dois mil elementos de diferentes épocas de azulejos, estuques, placas de ruas, telhas decorativas, estatuetas, moldes de peças cerâmicas, estuques e outros elementos, não deixa de ter um valor informativo e pedagógico na interpretação da nossa arquitectura, permitindo vislumbrar como as nossas habitações são ricas e coloridas tanto a nível interior e exterior do ponto de vista histórico.


Através do seu legado cerâmico, no qual predominam os azulejos – desde exemplares mudéjares dos sécs. XV a um grande e variado número de exemplares nacionais dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX –, também idealizamos de forma ambiciosa um possível Museu de Cerâmica do Porto, de forma a reaproveitar um edifício emblemático actualmente em desuso que possa expor a inúmeros visitantes um espólio maior de painéis de azulejos, louças, estatuetas e até outras peças de arte espalhadas (e ainda incógnitas) pela nossa cidade, dando a conhecer as suas origens, reunindo peças arqueológicas, mas relembrando igualmente o impacto de indústrias históricas tão importantes como a Fábrica de Devesas e a Fábrica do Fojo em Vila Nova de Gaia, ou a Fábrica de Massarelos e a Fábrica de Miragaia no Porto.
Reabilitar é o futuro, mas conhecer o nosso passado, para dignificar a nossa cidade, será o mais distinto passo.



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